Fortalezas de Florianópolis são ótimas pedidas para os dias frios na capital catarinense
“O que fazer no frio em Florianópolis?” Essa é uma das dúvidas que vem à cabeça de quem vai visitar a cidade conhecida por suas praias deslumbrantes nas estações mais frias do ano. Se você está de passagem marcada para a capital catarinense entre maio e setembro, não se preocupe: ainda há muito o que curtir por lá. Além dos jogos na Ressacada e no Orlando Scarpelli, as Fortalezas de Florianópolis, patrimônios históricos, são uma ótima opção para visitar na cidade.
Para falar das Fortalezas de Florianópolis é preciso voltar no tempo e relembrar o papel de Santa Catarina na ocupação do Brasil Meridional e na formação de países do Mercosul, tais como Argentina, Paraguai e Uruguai. Três fortalezas foram erguidas por portugueses que buscavam se defender da invasão espanhola. Localizadas na Baía Norte, as fortificações foram construídas entre os séculos XVIII e XIX. A primeira delas foi construída na pequena Ilha de Anhatomirim, conhecida como Fortaleza de Santa Cruz.
Pouco tempo depois, a fim de defender a Ilha de Santa Catarina, considerada localização estratégica para os planos tantos de portugueses quanto de espanhóis, foram levantadas mais duas fortalezas: a Fortaleza de Santo Antônio, em outra ilha da entrada da Baía Norte, a Raton Grande, e a Fortaleza de São José da Ponta Grossa. O principal triângulo de defesa de Santa Catarina sobreviveu ao tempo e hoje é patrimônio histórico do estado, juntamente aos Fortes de Santa Bárbara e Santana. Agora sob a administração da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), elas ficam abertas a visitação o ano todo.
Fortaleza de Santa Cruz de Anhatomirim
A Fortaleza de Santa Cruz de Anhatomirim fica na entrada da Baía Norte, no Município de Governador Celso Ramos. Após sua construção, entre 1739 e 1744, o controle da entrada e saída de embarcações de Santa Catarina passou a ser controlado. Seus 2.678 m² de área abrigavam cerca de 60 canhões. Já no século XIX, Anhatomirim passou a servir também de posto de isolamento e quarentena quando enfermidades assolavam a região.
Confira a galeria de fotos da Ilha de Anhatorimim (clique para ampliar):
A fortaleza foi parte integrante da Revolução Federalista, entre 1893 e 1894, no governo de Marechal Floriano Peixoto, em que serviu de prisão federal e em que dezenas de prisioneiros foram fuzilados e mortos. Tombada como patrimônio histórico e artístico nacional, a Fortaleza de Santa Cruz de Anhatomirim atualmente é sede da estação aquicultura e também sedia exposições culturais e artísticas.
Fortaleza de Santo Antônio de Ratones
Localizada um pouco mais ao Nordeste da Ilha de Santa Catarina, na Ilha de Ratones Grande, a Fortaleza de Santo Antônio de Ratones foi construída com duas baterias de canhões para guardar a entrada norte da Ilha, estando assim entre Anhatomirim e São José da Ponta Grossa. Na Fortaleza de Ratones estão localizados também a Casa do Comandante, o Quartel da Tropa, a Casa dos Oficiais, a Casa da Palamenta, a Casa da Guarda, a Casa da Farinha, a Fonte, o Paiol de Pólvora e a Cozinha da Tropa, este dois últimos já em ruínas.
No século XIX, após perder sua função militar, a fortaleza passou a servir de abrigo para enfermos vítimas de epidemias que atingiam a Vila Desterro, atual Florianópolis.
Fortaleza de São José da Ponta Grossa
A Fortaleza de São José da Ponta Grossa foi construída em 1740 como parte do triângulo defensivo da Ilha de Santa Catarina. Localizada na Praia do Forte, no Distrito de Canasvieiras, a 25 km do Centro de Florianópolis, São José da Ponta Grossa tem uma das vistas mais privilegiadas dentre as fortalezas, entre as praias do Jurerê e do Pontal e é a única das três fortalezas que pode ser acessada por terra. Seu cenário se completa com a Bateria de São Caetano, construída a apenas 200 metros da fortaleza.
Forte de Santana
O Forte de Santana foi construído em 1761 bem ao pé de onde hoje encontra-se a antiga Ponte Hercílio Luz. O local, aberto a visitação, abriga o Museu das Armas.
Forte Santa Bárbara
O Forte de Santa Bárbara, construído para impedir a passagem de piratas, já abrigou a Capitania dos Fortes e hoje é a sede da Fundação Cultural Franklin Cascaes.
Os passeios para as Fortalezas de Florianópolis partem do Centro e também de Canasvieiras. A ScunaSul é a principal responsável por levar turistas para conhecer esses locais históricos e, na maioria das vezes, fazem disso uma verdadeira imersão no tempo, com navios piratas e guias vestidos à caráter. O ponto fraco fica pelo tempo apertado dentro das Fortalezas. Em Anhatomirim, que visitei em junho de 2017, por exemplo, mal dá tempo de tirar fotos e apreciar as vistas que são realmente incríveis! Mas só é possível acessá-la com o serviço dos guias turísticos, então mesmo assim vale a pena. O dedo no gatilho tem de ser rápido para registrar o máximo desse lugar.
Quanto custa?
O passeio saindo do trapiche Canasvieiras custa R$ 75 por pessoa e inclui (duração de cinco horas):
- Passagem e vista panorâmica das praias de Canasvieiras, Canajurê, Jurerê Tradicional, Jurerê Internacional, Praia do Forte e Daniela;
- Vista panorâmica do Forte de São José da Ponta Grossa;
- Visita a Ilha de Anhatomirim;
- Vista panorâmica da Baía dos Golfinhos;
- Parada para almoço no restaurante “O Porto”, no Município de Governador Celso Ramos (R$ 29,90 buffet livre);
- Parada para banho em frente a Ilha do Francês;
- Retorno ao trapiche de Canasvieiras.
A entrada na Ilha de Anhatomirim é cobrada. R$ 8,00 por pessoa (com opção de meia-entrada para estudantes).
Os navios oferecem serviço de bar a bordo e todo o passeio é filmado e fotografado para posterior venda para os visitantes.
Fortaleza de Santa Cruz | Foto: Fernanda de Lima / Guia dos Estádios